terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cabelo ao vento

Nunca mais fomos meninas boazinhas depois daquele dia.
Depois daquele dia vestir roupa preta virou regra de sobrevivência, insistir no esmalte vermelho questão de ordem, dançar o rocknroll sintoma de liberdade.
Sempre havia bebida. A cachaça e o vinho estariam sempre lá para recepcionar as cervejas que chegavam depois mas eram hóspedes bem-vindas naquela geladeira.
As pequenas coisas da vida existiam para salvar as nossas vidas. Os namorados, os amigos, os gatos, a indústria farmacêutica, as risadas que ecoavam dentro da madrugada.
E tudo isso - eu não costumava dizer - era chamado carinhosamente por mim de Poesia.

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