Nunca mais fomos meninas boazinhas depois daquele dia.
Depois daquele dia vestir roupa preta virou regra de sobrevivência, insistir no esmalte vermelho questão de ordem, dançar o rocknroll sintoma de liberdade.
Sempre havia bebida. A cachaça e o vinho estariam sempre lá para recepcionar as cervejas que chegavam depois mas eram hóspedes bem-vindas naquela geladeira.
As pequenas coisas da vida existiam para salvar as nossas vidas. Os namorados, os amigos, os gatos, a indústria farmacêutica, as risadas que ecoavam dentro da madrugada.
E tudo isso - eu não costumava dizer - era chamado carinhosamente por mim de Poesia.
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