Não somente aquele lugar ficou vazio mas também as relações humanas que existiam ali foram esvaziadas, ficando fora dos espaços que deviam ocupar. Muros foram erguidos por todas as partes e muitas vezes tomei o impulso para pular mas parava no meio e pensava: "Não, eu não posso. Eu não posso mais com isso" e ficava imóvel no mesmo lugar.
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domingo, 25 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
História de uns bonecos ou venha conosco e seremos alegres!
Para todos os bonecos de madeira, fadas, gatos, raposas, grilos, baleias, Gepetos, Pavios e Pinóquios.
Era uma vez.....
Era uma vez.....
- Um pedaço de pau!
Não, meninos, vocês se enganaram. Era uma vez MUITOS pedaços
de pau, mas apenas 40 deles foram escolhidos para trabalhar dentro de um livro,
um livro mágico! E por isso, mereceram virar pequenos bonecos de pau.
Então, a fada, usando uma camiseta de time de baseball,
marias-chiquinhas e óculos disse:
- Vocês serão divididos em três equipes: manhã, tarde e
noite! Serão cinco meses dentro do livro. Algumas pessoas virão aqui visitar o
livro e vocês é que vão acolher essas pessoas!
Diante disso, alguns bonecos ficaram com medo:
- Acolher?
E aí a Fada, antes de chamar os bonecos para entrar no
livro, explicou tudo: qual era a estória deste livro, porque essa estória
existia, quais partes da estória estavam lá. Fez um sinal juntando o dedo indicador com médio e o anelar com o mínimo, separando-os e disse:
- Confio em vocês.
Ao escutar isso, todos sentiram o significado desta palavra
chamada Acolher. E muitos significados foram descobertos nestes cinco meses.
Mas apesar de serem bonecos de madeira, sentiam calor, fome,
sede, frio e medo. Mas, não eram meninos de verdade, apesar de tudo isso, eram
apenas bonecos de madeira, queridos leitores.
O livro era gigante, cabiam muitas pessoas dentro dele ao
mesmo tempo, inclusive nos dias de calor. Algumas foram as dificuldades destes bonecos
em acolher tantas pessoas dentro deste livro e acolher uns aos outros, mas eles
chamaram isso de Aprendizado.
Isto, o Aprendizado era o que faltava para que eles virassem
meninos de verdade no final daqueles cinco meses. E por mais que eles
trabalhassem, virar menino de verdade, era difícil porque......dependia do
outro. Afinal, eram três equipes que formavam uma grande equipe! Tinham de
virar meninos de verdade juntos.
Conscientes disso passaram a procurar todas as formas possíveis
para virar meninos de verdade, mas este outro da qual eles dependiam não estava
somente entre eles, mas estava também do lado de fora: eram as pessoas que
entravam dentro deste livro. Era preciso então, conseguir um Aprendizado com as
pessoas de fora e de dentro.
E eles conseguiram um dia se transformar porque o olhar do
outro melhorava o olhar deles, destes bonecos de madeira. Ao entrar no livro,
as pessoas ficavam encantadas e isso era transformador. Cada gesto, sorriso,
olhar, resposta que recebiam de volta faziam com que fosse menos pau e mais
humanos.
Um dia, estes bonecos de pau foram virando meninos de verdade.
Um por um, como se estivessem em um corredor em que você entra boneco e sai
menino. Depois de se transformar, alguns riam e diziam:
- Como eu era engraçado quando eu era um boneco!
Alguns choravam, depois de virar menino de verdade, cada um
deles seguiria um caminho e talvez não fossem mais se encontrar. Outros, não
conseguiam chorar, nem rir, se abraçavam e diziam o que haviam aprendido uns
com os outros, agradeciam por aquela experiência.
Mas do lado de fora do livro, tudo sorria: as paredes, as escadas,
os elevadores, os sofás, as mesas, as cadeiras. Até a piscina sorria.
É que de tudo fica um pouco e quando os bonecos se tornam
meninos de verdade, todas as coisas ganham um aspecto novo e sorridente.
(Este miniconto partiu da experiência do meu estágio na exposição "Pinóquio: uma Bela Arte" no Sesc Belenzinho. Algumas falas eu ouvi durante o processo, outras são do livro do Pinóquio, do escritor Carlo Collodi)
(Este miniconto partiu da experiência do meu estágio na exposição "Pinóquio: uma Bela Arte" no Sesc Belenzinho. Algumas falas eu ouvi durante o processo, outras são do livro do Pinóquio, do escritor Carlo Collodi)
Deste lugar
E essa timidez que chega como quem não quer nada, tomando conta do meu corpo e da minha voz, me deixando sem resposta diante de alguém que representa muitas coisas.
Não há o que fazer, eu sorrio meio boba. Talvez o meu corpo diga mais do que a minha fala.
Talvez o meu toque me represente. Talvez o meu corpo preenchendo o espaço do seu, venha a calhar.
A calhar com essa sensação louca, esse pedido louco do meu coração de não querer que este abraço acabe nunca.
Eu digo palavras que depois percebo serem repetitivas e sem criatividade.
A minha criatividade, a minha eloquência, o meu chão. Você levou com você.
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