quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O dia do professor

Quando eu passei no vestibular pra fazer o curso de letras, eu não queria tanto assim fazer letras. Mas eu havia passado e a minha curiosidade levou a melhor. Eu estava pensando em frequentar a Unifesp por algumas semanas pra ver como era, a Unifesp e as letras. Na minha primeira quarta-feira, sendo aluna de letras, eu estava sentada na quarta fileira, segunda cadeira da direita para esquerda, lado direito da sala 1 e um cara muito alto, loiro e com olhos claros, entrou e se apresentou com um sotaque muito diferente. Disse que seria nosso professor de estudos literários. Lembro dele ter dito alguma coisa sobre Berlim e eu pude identificar que ele era alemão. E eu achei genial ter um professor alemão. Agora eu era de letras e tinha um professor alemão. Ele abriu aquele sorriso de canto da boca e disse "hum, agora, é a vez de vocês se apresentarem", sorriu novamente e perguntou o que estávamos fazendo ali. Pra ser sincera, eu não sabia direito o que eu estava fazendo ali. O que eu sabia era que pela primeira vez eu estava gostando de estar ali e me senti acolhida pela figura daquele professor. Eu me senti acolhida, inclusive, pelas poesias que ele havia escolhido para analisar com a gente em nossa primeira aula. Eu cursei este semestre inteiro, e os seis semestres que vieram a seguir. Outros professores incríveis apareceram neste mesmo semestre e outros também nos semestres seguintes.
Antes de entrar na Unifesp e ser de letras, outros professores me marcaram e sei que até eu acabar a Unifesp e mesmo depois dela, outros marcarão meu aprendizado, minha vida.

Eu só queria expressar aqui o quanto valorizo esta profissão. Eu devo muito aos meus professores e tenho muito orgulho deles. Parabéns a eles que são heróis e escolheram esta profissão que nem sempre é valorizada mas que é capaz de mudar muita coisa. Eu acredito na educação e nas pessoas que estão comprometidas com ela.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

transição

Você já mudou de casa? Mudar de casa é assim: você guarda todas as coisas dentro de caixas, coloca em algum transporte para carregar e em algum momento, antes de "mudar" você olha em volta, como se se despedisse daquela casa, não só da casa, mas das coisas que você viveu ali naquele lugar. Hoje não me despedi porque talvez um dia, eu volte. Mas hoje eu lembrei da primeira vez em que entrei no campus da Unifesp Guarulhos. Eu gostei do campus desde a primeira vez, sabe. Eu não queria ser de letras e a minha bunda estava doendo, visto a viagem de São Paulo até lá. Mas e daí? Eu cheguei e achei lindo. E eu queria dizer que apesar de tudo que eu já vi acontecer neste lugar, passar por ali foi gratificante. Foi gratificante pelas pessoas incríveis que eu conheci e por todas as coisas que eu aprendi. É isso que eu guardo para mim, é isso que eu trouxe para mim hoje e lembrei - já com saudade - enquanto tomava a minha cerveja que eu comprei no primeiro boteco do lado esquerdo, antes do final da ladeira que eu subi tantas vezes. Cheguei a me perguntar se em algum dia destes quatro anos de vida universitária, eu já havia contemplado um fim de tarde tão cinza.