Quando eu passei no vestibular pra fazer o curso de letras, eu não queria tanto assim fazer letras. Mas eu havia passado e a minha curiosidade levou a melhor. Eu estava pensando em frequentar a Unifesp por algumas semanas pra ver como era, a Unifesp e as letras. Na minha primeira quarta-feira, sendo aluna de letras, eu estava sentada na quarta fileira, segunda cadeira da direita para esquerda, lado direito da sala 1 e um cara muito alto, loiro e com olhos claros, entrou e se apresentou com um sotaque muito diferente. Disse que seria nosso professor de estudos literários. Lembro dele ter dito alguma coisa sobre Berlim e eu pude identificar que ele era alemão. E eu achei genial ter um professor alemão. Agora eu era de letras e tinha um professor alemão. Ele abriu aquele sorriso de canto da boca e disse "hum, agora, é a vez de vocês se apresentarem", sorriu novamente e perguntou o que estávamos fazendo ali. Pra ser sincera, eu não sabia direito o que eu estava fazendo ali. O que eu sabia era que pela primeira vez eu estava gostando de estar ali e me senti acolhida pela figura daquele professor. Eu me senti acolhida, inclusive, pelas poesias que ele havia escolhido para analisar com a gente em nossa primeira aula. Eu cursei este semestre inteiro, e os seis semestres que vieram a seguir. Outros professores incríveis apareceram neste mesmo semestre e outros também nos semestres seguintes.
Antes de entrar na Unifesp e ser de letras, outros professores me marcaram e sei que até eu acabar a Unifesp e mesmo depois dela, outros marcarão meu aprendizado, minha vida.
Eu só queria expressar aqui o quanto valorizo esta profissão. Eu devo muito aos meus professores e tenho muito orgulho deles. Parabéns a eles que são heróis e escolheram esta profissão que nem sempre é valorizada mas que é capaz de mudar muita coisa. Eu acredito na educação e nas pessoas que estão comprometidas com ela.
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