sexta-feira, 17 de julho de 2015

Quando adolescente fiquei com um carinha. Eu gostava dele mas ele, acho que não gostava tanto de mim. Ele disse que a vida era uma partida de futebol, que as coisas tinham um fim. Então depois um mês já éramos apenas um contato de msn um do outro e muito tempo depois ele me chamou para ir num rolê. Mas dois anos já haviam passado, eu já havia avançado nas minhas leituras, conhecia outras pessoas, outros carinhas. Mas eu aceitei o convite do carinha para ir num show de uma banda que eu já tinha gostado. Um daqueles dias em que não há nada melhor para fazer. E lá no show, espremida no meio da multidão com esse carinha que eu tinha gostado uns dois anos antes, vendo essa banda que eu também já não gostava tanto há um tempo, percebi o meu grande erro e pensei: algumas coisas do passado, é melhor que fiquem no passado pra não ficar pior. Dois anos fazem muita diferença, não tinha nada a ver estar ali, eu afinal de contas, já havia passado da idade de gostar daquele cara e daquela banda. Então como uma Cinderela que tem que voltar pra casa, eu disse que precisava ir embora! Porque naquela época, tinha uma coisa que eu já não era: obrigada! Naquela virada cultural subi as escadas do metrô anhangabaú e lá na parte de cima do metrô dei sequencia ao meu rolê, que ficou muito melhor porque eu havia enterrado o carinha e acabei encontrando por acaso alguns amigos na famigerada praça do piano.
O msn caiu em desuso e nunca mais fiquei sabendo do tal carinha.
Ontem pela manhã eu estava no busão e o carinha apareceu, acho que nem me viu ou reconheceu. Que bom!

E eu pensei que se a vida é uma partida de futebol que bom que é isso de ter um fim porque pensando bem esse cara é tipo o Brasil naquela partida da copa em que a Alemanha ganhou de 7x1: quando a gente acha que não dá pra piorar, piora e a gente lembra e sente vergonha.

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