domingo, 25 de março de 2012

B.

Quando ela chega com as pontas dos dedos sem cor é que eu percebo que as coisas estão diferentes. Inevitável não perceber, há um ano e algumas aulas venho me dedicando a esta atividade quase que religiosamente, todas as sextas-feiras. Na verdade, acredito que ela colecione anéis, vários tipos deles, a moça do anel. Há um roxo, azul, vermelho e gosto de pensar que há uma gaveta cheia deles metodicamente organizados, do maior para o menor, do mais claro para o mais escuro..
Um dia resolvemos presenteá-la. – Um brinco? Um colar? – ele perguntou. A decisão foi tomada no dia seguinte quando um anel de coruja apareceu quase que voando diante de nossos olhos – é este, as corujas representam a sabedoria!
Naquele dia vimos o seu olhar brilhando ao colocar a pequena corujinha em seu anelar. Mas hoje o dia amanheceu sem brilho algum.

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